MARCAS E FASES

Nasci com uma marca

(não de nascença),

mas colocada.

Essa foi a primeira.

Nem doeu no momento,

porque eu havia acabado de nascer.

Foi doer depois, na adolescência,

onde as marcas ou cicatrizam

ou pisam fundo.

Na infância, vieram outras,

colocadas ou não, e eu fui me

lapidando na vida,

sendo testada a ferro e fogo.

Na idade adulta, mais marcas:

boas, ruins, doloridas ou não,

juntaram-se às demais

que o tempo em mim acumulara.

Na meia idade, novas marcas.

Não mais questiono, apenas as aceito.

Tenho uma qualidade que me acompanha

desde menina: a superação.

Devo a cada uma delas,

e em cada fase da vida,

o ser humano que hoje sou.

Percebo o quanto amadureci,

ao superar uma a uma,

acumulando experiência e sabedoria.

Essas marcas foram tão essenciais,

que fizeram por merecer essa poesia.