Recados da Inspiração

Adora-me, poeta! Sou tua deusa!

Teu deus é meu lacaio.

Obedeça-me, poeta! Sou tua rainha e senhora!

Teu rei e senhor é meu escravo.

Ama-me, poeta! Sou tua mulher e amante!

Aquele a quem idolatras é meu capacho.

Ouve-me, poeta! Sou tua mãe e amiga!

Teu pai é meu subalterno.

Segue-me, poeta! Sou tua emoção e quem te conduz!

Quem julgas guiar-te é falho e frio.

Eu, poeta, sou tua musa, a Inspiração!

O outro, que te aprisiona e faz sofrer, é o Raciocínio.

Portanto, poeta, quando eu bater à tua porta,

Abra-a e atenda-me em qualquer hora e lugar.

Não te esqueças de que sou instável e feminina,

Ciumenta, delicada, agressiva, possessiva, imprevisível.

E num acesso de fúria repentinas por não ser atendida

Posso demorar a visitar-te ou abandonar-te às dores frias da Razão.

Cícero – 17-03-2016

Cícero Carlos Lopes
Enviado por Cícero Carlos Lopes em 17/03/2016
Reeditado em 02/04/2016
Código do texto: T5576629
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