2. Crise na minha Terra

Parado de frente a ele, pedra por pedra, o vejo desmoronar

O Castelo de minha Terra jaz frágil e tempestuoso numa agonia dilacerante

O povo de minha Terra Ensolarada sofre as misérias de um tirano múltiplo e sem imagem

Sobre o qual não se pode desabar e desatar seu nó da Vida

O povo de minha Terra Azul sofre a desgraça de um mal múltiplo e tentador

O mal da glória aliada ao poder

O mal da sede insaciável por algo que se transfigura sempre em novo objeto

Pedra por pedra, ele cai, impiedoso, sobre mim

O Castelo a que outrora eu aspirava perde sua imponência

A ausência de sua sombra me faz titubear sobre os progressos da minha existência

De sede vivo, de fome me recolho, aguardando, ansioso, o fatídico dia

Fatídica regeneração do tecido econômico e social que fará de minha Terra Azul

E de minha Terra Ensolarada

Algo mais digno de carregar tais alcunhas