O Cancioneiro Poeta

A viola é do cancioneiro o soneto dos poetas

E se não fosse instrumento de toque atado

Que fosse, então, instrumento cantado

Traduzindo dos poemas as poucas linhas retas

E se não sou trovador, e tampouco poeta

Trato meus bens como um asceta

Para poupar da vida os sentimentos

Que de cada um viriam em todos momentos

Porém, de todas as cordas e os sons

Amores tão precoces e tão tardios

Pinturas de variadas formas e tons

São o que fazem esses meus cantos vadios

E as verdades e mentiras de todo querer

Para um tanto que não fosse tão profundo

Eu cantei, meu amigo, como quem não quer

O sonho de quem quer cantar o mundo