Do verde das minhas janelas...

Das minhas janelas, pois tenho duas,

Vi você passar por muitos anos.

Cultivei e estudei suas idas e vindas.

Às vezes você passava tão forte e seguro

Que o comparava ao raro.

Outras vezes, era tão destemido e repleto,

Que eu pesava minhas decisões.

Das minhas janelas, jamais saí.

Perdida em reflexões e pontos escuros de dúvida

Ponderava se havia criado você.

Não sei.

Você sempre passa.

Como se no tempo sempre existissem janelas.

Você veste o seu medo e usa seus óculos de proteção.

E o seu mito... Ele o agrada.

Briga, luta e recua e assimila a perda que escorre em um dia de chuva.

É o que tenho visto das minhas janelas.

Não me completa o acaso.

Não me atrai tantas barreiras.

Então, para não ver estes fios que você tece em uma enorme rede,

De uma "aranha" homicida;

Fechei minhas janelas.

Tão claras, tão grandes, tão verdes.

Não o vejo, não o noto.

Guardei sua Cara de Chuva...

Edeni Mendes da Rocha
Enviado por Edeni Mendes da Rocha em 21/06/2016
Reeditado em 21/06/2016
Código do texto: T5674006
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