Madrugada

Ninguém me vê, mas estou sempre aqui.

As palavras jamais escritas me definem com mais clareza.

Sem saber como você vai chegar até mim, rezo todas as noites para que as luzes das estrelas te ajudem a me encontrar.

O céu está nublado, o frio que faz lá fora é de congelar a alma.

Os dias são sempre iguais e tediosos, vazios como as conversas sem sentido e as disputas de egos que maculam as relações.

São dias estranhos e passam depressa.

Não controlo o passar das horas.

Independe de mim, do meu simples querer.

Entre o passado e o futuro, um intervalo confuso.

A madrugada.

Meus ombros doem por carregarem todo o peso do mundo.

As pessoas fingem se importar, são tão falsas quanto à imagem de perfeição que vendem.

Durmo sozinha e com o peito inflamado de saudade dos tempos que não voltam mais.

Escrevo-te porque não quero perder a esperança.

Preciso de um único motivo que me sustente nesses dias frios e cinzentos, enquanto o sol não volta.

Marisol Luz (Mary)
Enviado por Marisol Luz (Mary) em 25/06/2016
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