A chuva e a semente (Poemas em dias de chuva)

Numa quinta feira chuvosa

Posterior a uma quarta de semelhante melancolia

Arremessei meus pensamentos nostálgicos

Contra uma parede limpa, branca porém rancorosa.

Um dia a mais de pensamentos perdidos

Em um amor platônico, que mais tarde se resumirá num sorriso

Mais filmes em preto e branco e musicas depressivas

Um cigarro na boca vendo a chuva cair, milhões de gotas inexpressivas

De volta alguns anos, viajem no tempo, abra sua mente

Em dias como este, arrumaria uma desculpa qualquer

Para sumir, correr pela rua socando a chuva só pelo prazer

A mercê de qualquer gripe, resfriado ou corpo docente

Mas hoje vejo que o tempo não é tão paciente

Eu cresci, não vou negar, pois meu estado é deprimente

E não é tão legal quanto eu havia imaginado na minha cabeça de criança

Se existe uns conselhos que eu posso lhes dar, são estes amigos: Lute, experimente, invente, tente nunca se contente

Uma semana de chuvas pode render belos frutos

Apesar de algumas vezes, impressionar, o estado peculiar da semente

Mas o que conta é a arte final, a flor desabrochada, o quadro pintado

Afinal, meu semelhante, mero ser humano, não é isso que importa sempre?

Saulo Aguiar Florentino Matos