Dos lábios que afago

Raia a manhã aos olhos do meu bem

E os becos se desfraldam ao vento

Quando os desafetos ao sol se desdém

Corroendo-se mais do que rói o tempo.

Ah! Se não fossem distantes os olhos

Que os meus, aflitos, procuram em vão

Traria-os para junto da roda dos sonhos

Da rosa morena que ando a ver neste chão.

Aí, desafetos cromados de risos

Desdém em motim desbotado nos becos

Invejariam o carmim do sorriso

Dos lábios que afago com a ponta dos dedos.