Incômodo

Será que faço mal à quem gosto?

Hoje isto eu noto

Meu objetivo sempre fora ajudar

Mas estou me perdendo, devo confessar

Sinto que a qualquer momento irei me fechar

Não sei o tempo que irei aguentar

Não sei o dia que irei me algemar

Luto para esse dia não chegar

Luto para não perder meu sorriso

Encontrar soluções e meios, me viro

Quase sempre seguindo meu instinto

Buscando sempre agradar

A negatividade evitar, rejeitar

Que inicie a fantasia

Inicie a ilusória alegria

Da vida que é sofrida.

Gostaria de ser esperado

Por alguém que me quer ao seu lado

Seja apenas para perguntar como estou

"Alguém, de mim lembrou"

Ser lembrado as vezes é bom, acredito

Nessa frase, hoje reflito

Há alguém que almeja me encontrar

Simplicidade, seja para conversar

Se comunicar comigo

Não estou falando de um "amigo"

Acho que estou entrando em conflito

Eu sou um jovem solitário

Talvez devesse ir em um confessionário

Mas me tornei um pouco mais literário.

Minha mente não me ajuda a entender

Começo a suspeitar que ela deseja me fazer sofrer

Fico ainda sem compreender

"Você é um incômodo"

É o que penso como ser humano

Alguns podem dizer "desde quando?"

Alguns podem dizer que pensar nisso é um engano

Pensar desta forma

Desde o tempo da escola

"Mariana" tem muito haver comigo

Talvez até contigo

Não irei desviar do assunto

Pois acabarei ficando confuso

Penso ser um peso para elas

Verdades ainda incertas.

Ontem recebi um novo poema dela

Aparenta que faço mal à ela

Não importa a intenção

Os versos dela devem possuir a razão

Eles dizem que faço ela sofrer

Desculpe, mas "foi sem querer"

Pensei nisto até o meio-dia

E, sempre que o poema eu via

Uma mágoa, comigo mesmo, eu sentia

Causar mais dor à ela eu iria

Se continuasse com a relação

Se eu escutar as falas de meu coração

Poderei fazê-la sofrer muito, então

Estou perdido neste vácuo

Sem visão.