CALMA

Todos que me conhecem

Me dizem que sou tão calma

Sou a tranqüilidade em pessoa

(Ela é tão meiga)

 

Vivem a me dizer

Mas só eu sei

Que por trás dessa calma aparente

Reside um monstro

 

Assim como na estória

Do “Médico e o Monstro”

Meu monstro sempre fica

Acorrentado no fundo de um poço

 

Mas às vezes quando estou sozinha

Tenho que fazer um esforço enorme

Para que ele continue acorrentado

Para que eu me reconheça

 

Mas depois de tanto escrever

O meu monstro já não é mais

Tão nervoso assim

Já foi um pouco domesticado

 

E talvez daqui um tempo eu até possa

Começar a apresentá-lo devagarzinho

A todos vocês...


 

Suzanna Petri Martins
Enviado por Suzanna Petri Martins em 22/07/2007
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