CALMA
Todos que me conhecem
Me dizem que sou tão calma
Sou a tranqüilidade em pessoa
(Ela é tão meiga)
Vivem a me dizer
Mas só eu sei
Que por trás dessa calma aparente
Reside um monstro
Assim como na estória
Do “Médico e o Monstro”
Meu monstro sempre fica
Acorrentado no fundo de um poço
Mas às vezes quando estou sozinha
Tenho que fazer um esforço enorme
Para que ele continue acorrentado
Para que eu me reconheça
Mas depois de tanto escrever
O meu monstro já não é mais
Tão nervoso assim
Já foi um pouco domesticado
E talvez daqui um tempo eu até possa
Começar a apresentá-lo devagarzinho
A todos vocês...