FERRUGEM
Oxidei-me por amar o tempo,
o tempo que nem sequer
sabe meu nome.
O tempo que aos poucos
me consome
amando-o, caminho,
contra o vento.
O vento que nem sequer
tem sobrenome,
mas que mesmo assim
leva o meu tempo.
O tempo que não tive,
pra ficar
a espera de que venha me buscar,
mesmo enferrujado
fico atento.