Quatro Reis
Pairavam sobre o mundo
vislumbrando o fim de tarde
onde convertem tesouro em lixo
descartam vidas sem alarde
De onde estão são realezas
de um reinado ofuscado
não se enxerga com clareza
que seu ouro é o fardo amargo
Sua mecânica é aplicada
à perecer sob destroços celestes
sobrevoa a carcaça
quarada de sol e peste
Sob o sol
manejam o dia
rasgando o céu em tom fúnebre
desfaz a carne dos que restam
pelejando o corte do gume
E pousam ao final do dia
é no que se está fadado
não crocita pois sabia
que da morte, é o preto escravo