Pés descalços...

Meus pés caminham descalços...

Sujos, cansados da jornada que nunca cessa.

Minha alma desnuda transborda...

Às vezes levita, sai de mim, voa na imensidão.

Já me perdi no caminho, senti medo.

Sofri o descaso dos dias, dos meses, dos anos.

Pensei em desisti, mas nunca parei.

Fui pedra bruta, lapidei-me.

Enraízo minhas primaveras.

Firmo-me, solidifico meu ser.

Temo o esquecimento do que um dia eu fui,

Quimera ser imortal, mas quem sou eu?

Sou reflexão de tudo que percorri até aqui,

Deixei suor, lágrimas, sorrisos...

De exaustão, quase morri.

Senti sede, fome, sou mera aprendiz...

Permaneço descalça, porém, meus pés estão alicerçados.

De tanto perder-me, aprendi o caminho.

Pode ser que ainda me perca.

Errar é encontrar os acertos esperados.

Tropeço, caio, até sangro.

Não atropelo minhas passadas.

Subo um degrau de cada vez.

Não uso muletas, equilibro-me sozinha.

Em meus próprios pés descalços...

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Intensidade
Enviado por Intensidade em 26/01/2017
Reeditado em 26/01/2017
Código do texto: T5893117
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