Outono

Quando a cor desbotar e de porta em porta brotar silêncio.

Quando desconhecer o espelho

Quando duvidar das suas antigas certezas e o teto não te parecer mais tão forte assim.

Quando o fio de prata estiver por partir

Quando o céu rubro aparecer

Quando os pontos brancos despencarem

Vai escutar o som e lembrar das cores,

dos odores, do tom das vozes, das brincadeiras, da primeira casa, da melhor turma e dos que já não te acompanham mais.

Lembrará dos sábados cinzas, Dos domingos quentes

De quando podia correr, mas preferia o repouso das telas de luz

Entenderá os poemas dos sábios

A loucura tos tolos

A esperança dos pobres

A tristeza dos ricos

Os riscos.

O relógio vai pesar na parede

A tristeza brincar com as cortinas

A noite vai escorrer lentamente, como as gotas de uma vela esquecida. (aquecida)