Coração

No sul do corpo-ação,

No ar que brigo da flor-espinho...

Vive uma dor dormente que nem sente,

mas sabe o que é sentir .

Não sabe para onde vai,

não vai,

nem tem para onde ir...

Não tem um espaço

do tamanho do umbigo,

nem abrigo para onde pousar - não é de pouso.

E a mente avulsa que não é farça,

mas é vazio

- digo, é vazio,

e não vai - é vazio.

E quando o olhar dança,

a dor balança junto...

E tira a roupa da alma,

quando sente o não sentir...

Tira a roupa e sente,

o corpo coração

Soma a respiração,

e asma-me de sentir

corpo coração,

não tens para onde ir...

O corpo é relva mansinha,

e o coração sofre calafrios,

silêncios inebriantes...

olhos falantes que são cheios de pulsar,

abrem a boca quando olham,

e falam quando devem falar...

Feita de drama
Enviado por Feita de drama em 06/03/2017
Código do texto: T5932616
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