MINHA MEMÓRIA
MINHA MEMÓRIA
“Mais um louco
Pede troco
Na esquina”
Enquanto perco o meu controle
E nada mais sei
Sobre tudo que está ao meu redor.
Apenas relâmpagos atravessam minha memória
E deixam-me assustado:
O tempo varreu as esperanças;
As esperanças se espatifaram no ar;
O beco é sem saída;
A saída é um abismo;
O abismo é todo o meu ser
Envolto da decepção
De não ter tido a razão
Antes das decisões precipitadas!
- Tudo depois passa
Como um dia após o outro-
Disse alguém minutos atrás.
Agora caminho sem rumo algum
Em busca do elo perdido
Que não sei onde foi parar,
Mas que nunca escapa ao meu pensar.
Assim sigo minha trajetória
Em busca da vitória
Que se espatifou no ar!
O louco translúcido de sensatez
Abre outras perspectivas de alento,
Mesmo cheio da mais pura embriaguez
E sendo soprado pelo vento
Ele ainda pensa mais
Do que se imagina dele
E assim segue seu destino,
Um sonho de menino
De descrever as peripécias da vida
Por meio de belos versos
Esplendorosos em poesias.
Assim falou o poeta louco
Que quase ninguém
Dá-lhe um bom dia,
Pois a loucura é real
E a falsidade da sociedade
É algo que não cabe na “caixola”
De um poeta maluco!
Belo Horizonte – MG, 2010.