Eu Que Sei De Mim

Eu não sei onde se esconde o início da mágoa.

Bem que já tentei desfiá-la e assim seguir seu fio,

mas emaranhei-me em tantos nós...enquanto eu estava sozinha.

E nesses dias de outono, sinto-me desfolhando lentamente, como se camadas de pele fossem levadas pelo vento, em brisas que ninguém adivinha.

E do que sei de mim, sinto acabar nesses momentos,

pois quando quis ser presenteada pelo esquecimento,

no sono de uma tarde fria de outono,

a dor me prendeu em seus dedos,

deixando o intervalo entre os sonhos e a vida em abandono.

E o que peço é somente o direito de estar comigo,

em dias que não engravidem

e que sejam de breve intervalos as horas que separam

o resto dos dias de outro domingo.

SOFIA BAUMER
Enviado por SOFIA BAUMER em 26/03/2017
Reeditado em 26/03/2017
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