O Sal
- Somos -
Da poeira cósmica
Humus letrais
Cravados à nave
- Terra -
Os versos, no entanto
Iniciam e encerram eras.
Tantas pedras brutas
Assim, lapidam - se.
Ao verterem-se em palavras soltas
Preenchem toda atmosfera
Densa de pensar
E os matizes misturados
À água/ardente
De tantas mentes
Fora do corpo
Sobrevivem
Projetam-se, eus
Ao espaço/tempo
Ao canto da gaivota
À infância
Que buscam, avidamente.
Porém
O corpo quente, esfria
Liberta o cristal
De encontro ao dia.
Vertendo da maresia
- O sal -
Lágrimas
O tempero da poesia
Cravam sophia.