SAMIRA

* Nadir Silveira Dias

Já plantei cebola, cebolinha,

Alho, salsa e manjerona.

Plantei abóbora, melancia,

Batata inglesa, batata doce.

Plantei milho e amendoim,

Cuidei jardim e bem depois

Plantei cedro em capital,

E ipê-roxo em mausoléu bem

Perto de afluente do Itajaí-Açu.

Fiz filhos e ainda escrevo livros,

Mas preciso mais, muito mais...

Preciso de irmãos para meus filhos

Para que não fiquem sós...

Como eu fiquei,

Sendo o último dos irmãos,

O último dos últimos filhos da minha mãe!

Eu preciso de ventre jovem e são que

Queira e aceite procriar e criar os filhos

Sem as cotidianas mundanices à toas,

Para que não pereça a humanidade,

Tão ávida de humanidade, de crença,

De aprendizado e trabalho sadio, são,

Para um salutar porvir vitorioso!

Dizem que poeta é profeta

E é bem isso que digo,

A profecia que faço:

Não tome tento,

Não tome tenência a tempo,

Logo, logo a humanidade sucumbirá,

Como tantas e tantas civilizações

Desapareceram...

Desde antes de fenícios, às menos antigas,

Desaparecidas na América.

Enquanto progride e avança

Quem não perdeu o trem da história!

17.06.2017 – 18h33min

* Escritor e Poeta

Nadir Silveira Dias
Enviado por Nadir Silveira Dias em 17/06/2017
Código do texto: T6030173
Classificação de conteúdo: seguro