Nós, os avestruzes!

c!ãoQuanta sujeira! Quanta falcatruaI

O lixo vai pra baixo do tapete!

O povo vai servindo de enfeite,

refabricando meninos de rua.

O patrimônio que ora se cultua,

como a moral, o bem, a honestidade...

cedeu o seu lugar pra Magestade,

o sumo capital que a bolsa atua.

Hoje, quando se fala em boa ação,

independentemente de utopia,

se fala de uma ação que, a cada dia,

renova os predicados da inflação.

Aonde vai parar o cidadão!?

Pra onde a política conduz!?

Seremos um eterno avestruz:

bunda pra riba e cara pro chão!?

Seremos mil reféns de um capitão,

que vive entre martelo e a cruz?

Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 12/08/2007
Reeditado em 10/07/2020
Código do texto: T603400
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