Não sei se me levanto
Não sei se me levanto ou se me deito num canto
nas manhãs de Agosto
aquietadas de sol, de maresia e de chama.
Não sei se me inflama
a minha querença de ti.
Não sei se fico aqui
ou se me perco na desdita,
com medo de acordar
e encontrar
perto da minha sombra
o reflexo do que não sou.
Não sei o que se espreita
nem que temor me ajeita
no liminar da nostalgia.
Não sei se mais valia
acreditar no que não é
e manter-me de pé
entregue aos liames do devir.
Isabel Fagundes
09/07/07