Cisco e ventania

A poesia do verbo amar só morre quando deixamos de existir, há um espaço a ser preenchido entre ser e não ter para o quê ser.

Os homens buscam perfeições, lugares altos e se esquecem que são nos lugares baixos que existem as pérolas da perfeição.

Independer de coisas revela a dependência do semelhante, como uma planta pedindo água. O tempo vai passando e vamos enxergando além da superfície, nos lugares mais baixos.

Somos um cisco prestes a voar para além de nós mesmos. As coisas ficam e a essência permanece troncosa e resistente. Quem não pode enxergar abaixo ou acima da superfície se anula numa esperança morta.

O buraco da existência tem um autor chamado orgulho. Quando ele se quebra se transforma numa ventania pronta a acontecer e limpar.

Viver é preciso, assim como se transformar nem que seja à força também. O vento sempre passa e o cisco fica por aí, procurando novos motivos, novos rumos.

Qual o segredo?

Nenhum. O segredo é decidir ser cisco e ventania. Um depende do outro como a terra e a água. Viver sem as duas coisas seria falta de amor a si mesmo. São necessários!

Daniel Cezário
Enviado por Daniel Cezário em 26/09/2017
Código do texto: T6125686
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