No livro me enlevo
No livro me enlevo
quando leio e quando escrevo,
criando estórias
acordando memórias,
nas páginas que se desenham sobre mim.
No deslizar da pena
a fantasia serena
na imagem que emerge
e o sentido diverge
da realidade convencionada,
que por vezes surge do nada,
e toma a forma de texto.
É assim,
sem qualquer pretexto
que transponho num livro
o que vivo e o que não vivo
nas entrelinhas espaçadas
onde ficam espelhadas
as palavras que me povoam a mente,
e brotam em torrente
das profundezas do meu ser.
Se é que pode haver,
mais profundo do que a alma
na quietação e na calma,
de em papel escrever
a dor e o prazer
de um livro acontecer.
Isabel Fagundes
19/05/07