Leveza

A leveza é inconsistente em si

Somos assim, densos demais

Buscamos a liberdade

Presos nos princípios dogmáticos sentimentais

Romantizados por uma sociedade doente

Na burocracia de sentimentalismos formais

Baseado em conjecturas solúveis, feito poeira carregada pelo vento

E quantos são os amores

Que morrem em meio ao pó?

Quantos nascem entre escombros isentos da luz?

E lá permanecem

Somos insetos ao redor das lâmpadas morais

Tentando se adequar a sentir as emoções de um mundo fora dos eixos

Tentando fazer melhor

Mas ainda arrastando correntes

Para fazer valer o aprendizado de dores passadas

Emocionalmente infantis

Burocráticos e insanos

Na roda da vida, somos os ratos que correm no mesmo lugar

Iludidos de que os caminhos serão diferentes

Sentimos pela metade

Vivemos um terço

Sorrimos uma fração ...

Minima!

Das infinitas possibilidades

Com medo dos próprios monstros

A existência exige doses de loucura e copos cheios de lágrimas

A vida é constante paradoxo

Damos dois passos a frente

E dez de ré nas estradas

E por isso

E ainda por isso

É tão sublime

Charlene Angelim
Enviado por Charlene Angelim em 06/10/2017
Código do texto: T6134652
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