O Caminhar da vida
Caminhar por ai , pedras e pedras me encontram
As vezes sou um pouco de tudo e um pouco de nada
As vezes me vejo tão longe de chegar , mais perto de qualquer lugar
Um pouco de mim e quem poderia entender?
Um pouco de Jah para me completar , e quem poderia me julgar?
Um pouco das cinzas do velho mundo , para me fazer retornar
Um pouco de coragem para me alimentar
Um pouco do medo para recuar
Um pouco da insensatez dos homens “cegos”
Para me fazer pecar
Um pouco das incertezas quanto a vida
Para me fazer em depressão
De tudo um pouco de coisas nenhumas
De há muito e muito tempo , de onde ninguém chegou conhecer
O tempo, o tempo que ninguém perpetuou
Onde tudo passou
E ninguém retornou para dizer
Dizer onde tudo foi parar
Quem pode dar certeza , onde tudo começou?
O mundo é assim , tudo tão imperfeito
Onde está cada alma boa , que me faz sentir o viver?
Onde esta seu sorriso?
Onde foi parar o menino que a dez anos atrás , vendia balas no sinal?
Cadê as crianças de Uganda? Cadê as lágrimas das crianças de Moçambique?
De há quinze anos atrás.
Cadê os gritos dos judeus na segunda guerra?
Quem lembrará das almas das criancinhas que partiram ao dormir antes da explosão?
Quem me explicará , quem somos? Quem entenderá este som que canta dentro de mim?
Som de eras e eras...
Quem sofreu pelas vidas ceifadas de Hiroshima?
Quem inventou o sofrer? Quem inventou a fome ao dormir?
Por que continuamos a rir enquanto por dentro choramos?
Por que , por que?
Quem vai olhar , dentro dos corações e sentir benevolência para com a humanidade?
Os murmúrios e vibrações cruzam diante de nossos olhos , dia a dia ao redor no mundo,
Como ondas sonoras...
Quem separou os continentes? África , nossa irmã , quem te separou?
Quem te menosprezou minha irmã?
Quem vai me salvar?
Quem vai se salvar?
Quem salvará os que já partiram?
Quem vai perpetuar sob o tempo
De um tempo de muitos tempos
Do tempo de julgamento?