Agosto
A sua indiferença me machuca.
a sua futilidade nao me convem.
a sua frieza me abstrai.
a sua moralidade me destroi.
o seu cinismo carregado e mal feito,
o seu feitio de quem sabe o que diz
a sua irona carregada de desprezo
desprezo improprio em raras ocasioes...
o teu olhar me deixa só
e sobram eu e meu cigarro
olhando os carros que passam.
e sobram eu e meus versos pobres
a pensar sobre um mundo em que nao vivo;
sobrevivo porém (quem diria!)
de beijos roubados e poesias mal feitas
da frieza dos teu olhos
do calor do teu corpo.