Refém

O medo é quem mais me atormenta

Ele chegara, certa vez, de madrugada 

E, dando oi à minha insônia, me trouxe sonhos ruins de presente

Sou feita refém. 

Refém do medo 

Sinto medo da mediocridade

da hipocrisia

do cotidiano

da monotonia, enfim

O medo é quem mais me atormenta

Tenho medo de sentir o medo me tocar,

com seus dedos longos e frios.

Sou feita refém.

Refém da minha própria mente 

e do medo que inventei, agora, à noite

Tenho medo do medo me cheirar

E nausear com meu perfume de poesia

Sou feita refém 

da poesia que trabalha com o medo

E me submeto à viver fazendo dos meus medos, poesia.

No fim das contas, não sei onde me sentir segura neste mundo

Em tal caso, sairei em busca de outro...