MEU DESERTO

No deserto, meu corpo encontra

o navio de suas perdas

e navego entre as pedras

de minha desilusão.

No deserto, encontro meus mortos

e as portas do céu se fecham

para os dias do mar

e do porvir.

Peço palavras no deserto

e escuto os gritos

de quem já não sabe

o que é dançar.

Meu grito abre fendas no chão

e jorra água salobra,

que lava e infecciona

as areias de meu deserto.

Deodato
Enviado por Deodato em 27/08/2007
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