Dor
Roto pela escassez de esperança
descanso o ombro na parede gélida
me pego a fitar com meus olhos de pedra
o infinito que esnoba em irônica dança
Perdido nos restos dessa alma impura
Encaro nos olhos a sádica figura
que indiferente ao que possa vir a causar
empurra os ponteiros, pra lá e pra cá
Questiono por fim
o que fazer com as almas perdidas
que assim como aquela que vive em mim
se embriagam e riem em eternas partidas
O que fazem aqueles que percebem
que não há nada depois do show
que não há pote nenhum com ouro
e que não importa o que se passou
Partiremos sempre sozinhos
E assim como essas palavras
seremos um dia esquecidos