Atemporal

O relógio, aquele de corda, olha para mim.

Toca com suas hastes de metal meu rosto endurecido.

E na sua música de todos os dias eu divago.

Danço as horas estreitas de fazer de tudo um pouco.

Seco as lágrimas do fim do dia, do fim da noite.

Visto a poesia para logo mais me ver nua

De tempo, de alento, de magia.

Queria um lapso de luz

Fazer a diferença neste mundo etéreo que passa tão rápido..

A vaidade tola de todos os que um dia irão morrer.

Mas eu, logo eu na beleza que pintei em jardins e bosques que jamais visitei,

Fico reclusa nas belas, rubras e intensas taças de vinho.

O relógio, aquele que vê...

Sorri.

Só ele está certo.

O maldito!

Edeni Mendes da Rocha
Enviado por Edeni Mendes da Rocha em 14/03/2018
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