Lula e a perseguição

Essa é uma história surreal.

Tem uma infinidade labiríntica de ângulos a serem explorados, com o intuito de melhor compreender-se essa situação, para melhor evitar-se o encontro com o Minotauro.

O caso é um rufião sórdido, que se apropria dos corpos e da genitália de mulheres para fazer fortuna, psicoticamente criando realidades paralelas (projetando no outro, a sua postura de contraventor, ele sendo o explorador do lenocínio), em uma sociedade de aparências, onde tem a proteção das "autoridades de plantão", cúmplices de seu mau-caratismo.

É estratégia para a sua sobrevivência, ele defender "valores" sobre os quais a sua vivência diária escarnece de forma violenta, no diapasão em que os donos do jogo, tocam os seus bemóis sinistros.

Esses vestais xiítas para quem criminalizar a prostituição é defender a dignidade humana, sabendo que, na verdade, evitar ingerências na vida privada alheia é a maneira de se ter uma atitude ética e isenta.

Mesmo sendo o lenocínio crime, sem entrar no mérito, hoje, mais que em qualquer outro tempo, a lei serve às conveniências da ocasião.

Por outro lado, temos enquanto alvo dessa doença social que é esse cafetão e a quem ele representa (seria uma afronta para um ministério público sério, as ações empreendidas por esse celerado)

Temos, como ia eu escrevendo, enquanto alvo dessas forças sinistras, um HOMEM das manhãs de São Bernardo, que nos dá como herança os sonhos que levamos na alma, sua voz rouca acendendo dignidade em nossos corações cansados, ensinando a nos darmos as mãos, para darmos sentido as nossas humanas existências, ensinado-nos que a luta é a aurora, ensinando-nos a não desistirmos ao longo do caminho, nos fazendo acreditar em nossas força, que as alternativas para escaparmos do jugo de povos oprimidos, passam todas pela sabedoria e o propósito de irmandade e crescimento de todos, independentemente de credo, etnia, gênero ou nacionalidade nasce de nossos braços, de nossos passos, do sangue que jorra pelas latitudes de nossa latinidade.

Esse homem é o portador de uma visão mágica, de um amor incomensurável, de uma dignidade humana comovente. Isso é muito mais do que essas almas pantanosas desse ministério público que o persegue, da política, dos lobistas do grande capital, poderiam em qualquer tempo suportar.

Barthes.