NADO SINCRONIZADO

A lagoa banhada de luz,

refletia-me como alma bem vinda,

como sempre calma, perfeita, linda,

convidava-me sutilmente... a entrar.

Delicadamente... bem devagar,

fui-me apossando do momento,

concentrado no sentimento,

de não tumultuar o remanso,

para não perder o manto do seu reflexo.

Nesta fantástica recepção,

ela, sem adornos, silenciosa, ativa,

momento sem igual que se eterniza,

deixava-me então penetrar em seu interior.

Vou ao fundo,

com movimentos cadenciados.

Nesse idílico mergulho,

faço piruetas, idílicas vinhetas,

solando em perfeito rastro-compasso,

consagrando o tudo por todos os lados.

O afeto é enorme,

não me debato,

o nado é sincronizado,

condicionando-me aos seus fluídos,

por estarmos sólidamente integrados.

Subo para tomar fôlego,

sem jamais perder o contato,

sentindo em cada milímetro do corpo,

que do seu todo, estou marvilhosamente rodeado.

Não há mais tempo

por nossos templos,

ecoam...intensos gritos de prazer,

desta mágica forte, necessária simbiose,

consentida osmose de quem aprendeu a viver.

Alexandre Halfeld
Enviado por Alexandre Halfeld em 30/08/2007
Reeditado em 02/09/2007
Código do texto: T631133
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