Faina

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Mirem-me isto, aqui!

Nada de especial,

aliás e de resto, sou eu,

o próprio e mero,

o “euzante” de uma ideia,

como a ousadia banal

de conciliar uma voz

com uma porção de melodia,

a casca dita do poema

e os seus gomos efabuláveis.

Não que seja dura

uma tal faina,

mas sempre deixa margem

para comprazimento,

esse assemblar de um fruto.

Será patético, então

ou quase, ou não...

aquele meu gozo

de praticante ou artífice

de uma tal de alquimia.

Eu próprio,

sinto-me brotar da ideia

pela retorta do engenho

da coisa eletrónica

até ao cálice final

do ouvido:

uma seiva, um fruto

um círculo fechado e aberto

e a volta, a espiral,

o poema que vai e vira

e que retorna a mim

numa melodia.

Será ainda essa

a dita de minha ousadia?

Assim,... por estar feliz

só no que de mim

fluí e, mais adiante até,

reflui?

Ousadia será, sim!

ou algo afim,

que, hoje, não me contento

com mais coisa nenhuma.

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____________________LuMe

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Luis Melo
Enviado por Luis Melo em 14/05/2018
Código do texto: T6336366
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