Faina
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Mirem-me isto, aqui!
Nada de especial,
aliás e de resto, sou eu,
o próprio e mero,
o “euzante” de uma ideia,
como a ousadia banal
de conciliar uma voz
com uma porção de melodia,
a casca dita do poema
e os seus gomos efabuláveis.
Não que seja dura
uma tal faina,
mas sempre deixa margem
para comprazimento,
esse assemblar de um fruto.
Será patético, então
ou quase, ou não...
aquele meu gozo
de praticante ou artífice
de uma tal de alquimia.
Eu próprio,
sinto-me brotar da ideia
pela retorta do engenho
da coisa eletrónica
até ao cálice final
do ouvido:
uma seiva, um fruto
um círculo fechado e aberto
e a volta, a espiral,
o poema que vai e vira
e que retorna a mim
numa melodia.
Será ainda essa
a dita de minha ousadia?
Assim,... por estar feliz
só no que de mim
fluí e, mais adiante até,
reflui?
Ousadia será, sim!
ou algo afim,
que, hoje, não me contento
com mais coisa nenhuma.
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____________________LuMe
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