Eu... Borboleta!

Estou passando minha fase de casulo

Enclausurada como uma pobre lagarta

Olhos fechados a debate-me no escuro

Presa por corda, com nó que não desata.

Antes, sem rumo à beira do precipício

Muito cansada, a arrastar-me ferida.

Pensava esse sofrimento e suplício

Talvez me mostre que em tudo há vida

Momentos ruins passam fico a pensar

Apavorada no meu andar rastejante

Subo em uma alta árvore para morar

Colo meu corpo ao galho verdejante

E começo uma transformação dolorosa

Sei que é preciso não desistir de lutar

Um dia uma aurora linda e formosa

Trará um sol dourado pra me iluminar

Passa o tempo, cansada da vida obsoleta.

Penso triste é meu fim, tudo irá terminar.

Eis que algo se rompe, viro uma borboleta.

E com azas leves e coloridas, saio a voar.

Iracema Cerione (Mayra Luz)
Enviado por Iracema Cerione (Mayra Luz) em 11/07/2018
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