Oco

Oco

No oco do fundo do poço

Na totalidade do que é pouco

No resto de carne do osso

Na fragilidade do fino reboco

No fiapo que resta

Na claridade através da fresta

Na mira apontada pra testa

No pouco que ainda presta

No medo de ficar louco

No julgamento do outro

Na condenação por pouco

No irreal pressuposto

No que eu quero saber

No que vão me esconder

No que ninguém vai me dizer

No que e proibido querer

No não sem razão

Na falta de uma explicação

Na velada proibição

Na enrustida doutrinação

No não uma negação

No sim uma afirmação

No oco eu vejo o fundo

No fundo tudo está oco

No vazio tudo irá ficar

Na pergunta sem resposta

Na dúvida a mim imposta

No acaso de cada caso

No ocaso de mais um dia

No fim de um dia tudo termina

No outro tudo se reinicia

Jonas Luiz

22/08/18

Poeta Jonas Luiz
Enviado por Poeta Jonas Luiz em 22/08/2018
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