O CICLO
Ontem; a noite chegou encantada,
Com a cor púrpura e lilás do entardecer
Apresentando apenas as silhuetas
Das árvores e montes enegrecidos
E como por encanto
Um brilho de cada vez de pontos de luz no céu
Essas tão prestigiadas estrelas
Minha visão se deixou amparar pela magnificência cósmica
E os astros desenhando com linhas e pontos
Uma forma quadrada que a imaginação humana dá significado
E em cada canto do planeta as noites de céu limpo são iguais.
O envelhecimento contínuo da visão...
Denota a imagem turva que outra hora fora límpida.
Homem fatídico na sua sobrevivência
Acalentado pela frustração de que um dia não passará
O tão temido desfecho, que faz o homem perdoar,
E de olhos fechado afogados em lágrimas se debruça
Abraçando assim, o próprio leito.
Em seu túmulo o mesmo buliçoso, o mesmo entardecer,
Tragado pela terra no descanso fraudulento
O espírito continuo, continua a peregrinação,
Em outras fontes murmurantes.
Em vida deixou sua memória, um filho.
Manteve sua parte viva, vivendo e aprendendo.
E que de vez em quando se faz sempre notar
O entardecer púrpuro e lilás
Deixando árvores e montes enegrecidos.
Aprendendo vivendo.
Às vezes temendo
O ciclo continuo.
Autor: Otávio Augusto