O CICLO

Ontem; a noite chegou encantada,

Com a cor púrpura e lilás do entardecer

Apresentando apenas as silhuetas

Das árvores e montes enegrecidos

E como por encanto

Um brilho de cada vez de pontos de luz no céu

Essas tão prestigiadas estrelas

Minha visão se deixou amparar pela magnificência cósmica

E os astros desenhando com linhas e pontos

Uma forma quadrada que a imaginação humana dá significado

E em cada canto do planeta as noites de céu limpo são iguais.

O envelhecimento contínuo da visão...

Denota a imagem turva que outra hora fora límpida.

Homem fatídico na sua sobrevivência

Acalentado pela frustração de que um dia não passará

O tão temido desfecho, que faz o homem perdoar,

E de olhos fechado afogados em lágrimas se debruça

Abraçando assim, o próprio leito.

Em seu túmulo o mesmo buliçoso, o mesmo entardecer,

Tragado pela terra no descanso fraudulento

O espírito continuo, continua a peregrinação,

Em outras fontes murmurantes.

Em vida deixou sua memória, um filho.

Manteve sua parte viva, vivendo e aprendendo.

E que de vez em quando se faz sempre notar

O entardecer púrpuro e lilás

Deixando árvores e montes enegrecidos.

Aprendendo vivendo.

Às vezes temendo

O ciclo continuo.

Autor: Otávio Augusto

Tavinho
Enviado por Tavinho em 11/09/2007
Reeditado em 05/10/2007
Código do texto: T647475