INSUFICIENTES PALAVRAS

Minhas palavras parecem ser insuficientes para esse mundo,

pois não me ensinaram a norma culta perfeita deste universo

Sou avessa, quase analfabeta

Não conjugo os verbos em seus devidos tempos

E na maioria das vezes, minhas concordâncias não concordam muito bem entre si

Por vezes, julgo falar, quiçá, outra língua

Ainda pendente de Aurélio e registros

Talvez, a questão não seja apenas das palavras

E sim, das ideias em suas expressões

O que conjuga em si um problema ainda maior

Me atolo neste território pitoresco

Às vezes pareço boba, atrapalhada, desritmada, sem nexo

Posso até encantar com algumas rimas perfeitas

De uma ou duas poesias perdidas

De três ou quatro frases elaboradas

Mas na vida...

Não sei nem ‘meia dúzia’ de algumas palavras exatas

Utopia tentar juntá-las em expressões que façam algum sentido

Menina, mimada

Palavreado, menino

Me esforço

Rascunho deveras suas formas

Descarto-as, recomeço, reescrevo

Por vezes, sem nenhum sucesso

Formulo-as

Mas no fundo, são apenas algumas fábulas

Fagulhas de contos controversos

Então, cedo

Percebo

E humildemente atesto:

Minhas palavras ainda são insuficientes para esse universo

Fernanda A. Fernandes

09/12/2018

Fernanda A Fernandes
Enviado por Fernanda A Fernandes em 10/12/2018
Reeditado em 18/10/2021
Código do texto: T6523524
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2018. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.