Aranha na parede

Escrito em 2-3/9/2018

Eu vi uma aranha na parede

Escalando com sutileza

Oito passos com sua destreza

Inconveniente, tem, Solitária, sempre à procura

Procura o que não me interessa

Está curiosa e sem pressa

Entre os ladrilhos se mistura

Agora já não sei sobre ela

Não quero saber onde está

Nem cruzar ou me estupefar

Com a maldita sentinela

Que tal é essa assassina

Tece seu plano e sua rede

Enrolada a vítima cede

Projetada à carnificina

A sua arte dilaceradora

Encanta as presas miseráveis

É de uma astúcia nada afável

Artesã e malha duradoura

Em tecido geométrico

Seu banquete se servirá

Ferozmente seduzirá

Sigilo a vítima em pânico

Paralisado, medo em seus olhos

Arrepio em rígido fio

Estonteado se sentiu

Aos mortíferos entrefolhos

Entre tronco e cavidades

Cautela em seu rico mosaico

Vem de seu orgulho egocêntrico

Criar, assim, sem piedade