Finitude

Existe uma poesia que nasce e nunca é consumada

Ela se apaga em si mesma, como é nascer e não existir?

Se nasce automaticamente existe?

Seria isso uma armadilha cartesiana?

Meu coração existe, eu sinto que ele bate, me bate no peito

Mas eu nunca o tive em minhas mãos, eu nunca o vi

Mas ele nasceu, ele também morreu algumas vezes

E morrer muitas vezes não é o fim

Muitas coisas carregamos dentro de nós

E isso vai se acomodando, como aquele comodo da casa

Onde reservamos para nossas bagunças

É como quando deixamos a sujeira debaixo do tapete

Cicatrizes são heranças de uma existência

Que bem ou mal foi vivida

Alguns as exibem com orgulho, outros as mercantilizam

Outros ainda a sentem e não tem o que se mostrar

O suspiro pode ser um presságio para o desespero

O medo é um alerta para que possamos nos sentir

E o que vem depois das palavras?

E o que vem depois do fim?

E o fim é um novo início?

Somos finitos

Somos para o fim

É só e...

Fim...

Kemii Athon
Enviado por Kemii Athon em 23/02/2019
Código do texto: T6582129
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