Das coisas breves
Meu coração erra ao
percorrer um caminho fácil
para evitar a solidão
Ele desesperada-mente
Bate, eloquente-mente
Se engendra em vielas
E esquina, lançando-se
na experiência como um iniciante
ao fazer a sua primeira nota musical
Como o bebê ao abrir os olhos
E pertencer ao mundo e ao
mesmo tempo tentar fazer com
que o mundo pertença
um pouco a ele
Essa é uma relação natural não é?
Eu sou parte de um outro que continua
existindo mesmo que eu resolva estacionar
As ideais são ondas e elas seguem o fluxo
que independe do que podemos organizar
como a nossa prateleira de livros ou
as nossas roupas separadas para lavar
Por que tentamos aplicar uma ordem a
quase tudo que nos rodeia?
Inclusive ao amor
Mas então falhamos, o amor
é livre, ele não se enquadra
Talvez se adapta e logo em seguida
transmuta, o amor
É poesia, rua curta que cai em
uma avenida
É o olhar machucado de uma menina
Que esqueceu o que a vida queria
lhe ensinar
Soprou um barquinho de papel em
direção ao Mar....
Há mar
O mar....
Amou.....