DIVAGAÇÕES II

Em meu solitário andar

Às vezes fico a pensar:

Pedra que vive a rolar,

Não terá assento,

Diz o ditado. E se o não diz,

Acabo de inventar.

Vou calcorreando caminhos

Sem saber onde vão dar;

Não, não há destinos marcados,

Mas caminhos enviesados

Que teremos de destrinçar.

Tudo na vida é roda viva

Na difícil arte de viver.

A vida é feita de baixios,

Altos e baixos,

Que teremos de vencer.

“Viver é preciso,

Morrer não é preciso”.

Mas oh, doce Ilusão!

Até as estrelas

De brilhar um dia deixarão;

A vida é qual poema pervertido,

Com princípio e meio, sem ter sido.

Fev. de 2019

Eduardo de Almeida Farias
Enviado por Eduardo de Almeida Farias em 10/03/2019
Reeditado em 17/03/2019
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