A vida em pequenas fagulhas...

Eu teria apenas os contos da vida
Se ao mundo não fosse permitido à insensatez,
 
Onde está o plúmbeo horizonte
Que refaz os corações e desfaz as farpas do vento negro?
 
O que somos em uma passagem tão curta?
Que apenas prepara um caminho ao algo que almejamos na eternidade!
 
Somos peças simples
Em um complexo e desastroso elo perdido,
 
Porque cultivar a maldade que entrelaça a alma e destrói a tolerância,
Somos fracos peregrinos que buscam a primeira sombra,
E não descansamos quando da água fresca matamos a sede,
Nem ao menos lembramos o sofrimento que o suor amargo nos trouxe,
 
Tudo fica ao passo que se foi,
A humildade pode ser desejada
Mas tão ausente quando a necessidade a necessita,
 
Onde estão meus pensamentos agora?
Perdidos talvez,
Imaginando que o amanhã será o dia da densa diferença,
Onde possamos pisar sem medo de maltratar a própria essência,
Onde possamos apenas olhar a simplicidade
Sem termos que nos preocupar com a indiferença alheia,
 
O que pensa os outros sobre mim?
O que penso sobre os outros?
 
Nada é tão importante quanto olhar para minha própria face,
Não desejo o avesso ao desejo que me desejam
Desejo apenas que não haja o desejo infame,
Se não desfrutei da presença de algo que desejei
Apenas recordo que desfruto dos que a mim desejam,
 
Eu deito e descanso a alma no leito que acolhe meus pensamentos
E entrego uma oração aos que não conseguem fazer o mesmo,
 
Serei um tolo hilariante por pensar assim?
Ou apenas diferente dos moribundos que apenas vagam sem direção?
 
Viverei para saber amar mesmo sem ser amado,
Perdoar mesmo sem ser perdoado,
Em minha simples e presente dignidade
Apenas retrato aos outros
O desejo que invoco a minha vida.
 
J Lucivan Almeida
Enviado por J Lucivan Almeida em 20/04/2019
Código do texto: T6628439
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2019. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.