Olhar distraído

Uma folha caiu lá fora...

E o mundo parou para olhar;

A nervura da folha começou a desaparecer...desaparecer...

Como se ela perdesse sangue.

Do outro lado do muro, um fruto caiu de uma outra ávore...

E o mundo, já distraído, não parou para olhar;

A pele do fruto começou a murchar...murchar...

Como se ele envelhecesse, como o ser humano...também.

Um isntante depois,

Uma árvore caiu...dentro de um córrego;

Entupindo-o, enchendo-o de dor humana,

E o mundo não parou para olhar...não reparou...nem viu;

E ele começou a secar...até que apodreceu o fruto,

a folha...o tronco;

E nada mais caiu...

Tudo ficou mais natural;

Quando o último homem morreu.

Gabriel França Matarim Pessoa
Enviado por Gabriel França Matarim Pessoa em 24/09/2007
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