- Por que me pedes?

Por que me pedes outra vez o voltar se ainda nem fui?

Ontem ao luar ouvi seu choro rasteiro sem pestanejar sorri

Pensei, que choro mais alegre deve ser por minha partida já.

Pois, ao arrumar os vestígios da minha presença em sua cama.

Nesse seu quarto escuro e mal cheiroso de mofo e teias de aranhas

O cheiro sabe que custará sair de minhas narinas feridas do abandono,

Não se aflige minha jovem menina descalça que ainda brinca de ninar,

Minha partida é merecida na sua vida sofrida e desprezando-me

Acredite, serás muito feliz e deixar de ver minha carranca te fará bem,

Não me faça tomar a curva da volta e cair de novo nos seus braços,

Não me enfeitiçaras mais não tenho mais tempo para o frio de alma.

Parto e quando quiseres que voltasse coloque uma frase no ar,

Nada de rancores, devemos sempre mediar às palavras, são setas.

Apontamos para o alto e ela vai, mas, sempre cairá no chão sujo.

Sujo dos nossos passares de infortúnios que se afundaram no lodo.

Deixo-te mais comigo não irás oh tristeza, poderia levar, mas, deixarei.

A seca que tomou conta do nosso sertão é pior das judiações do céu.

Deixo os meus momentos que perdi ao tentar aliviar o viver de nós.

Foram suficiente para preencher esse curto espaço de perda de tempo.

Até quando no mundo pertencer viveremos na paz , temos sorte.

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LAURO PAIXÃO
Enviado por LAURO PAIXÃO em 16/06/2019
Código do texto: T6674706
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