Divagações - reflexões

Ela não chora muito

Mas as vezes deságua

Como cascata, como rio

Pior que temporal

Ela é racional

Sempre pensa e pensa muito

As vezes pensa demais

E isso a impede de sonhar

Ela ajuda, corre e socorre

Estende a mão, o braço o que for

Não deixa na mão ou pra depois

Ela faz das tripas coração pelos outros

Ela não pede ajuda

Não sabe como pedir

Não sabe implorar

Ela não sabe limites ou parar

Ela se faz de forte

Luta todo dia

Corre atrás, faz força

Ela as vezes não aguenta mais

Ela é frágil, mas ela mente

Finge ser de ferro e não se ferir

Ela finge ser estatua e não sentir

Ela finge ser de gelo pra não queimar

As vezes ela transborda

As vezes ela chora

No banho ou no silêncio

Sem soluços ou cenas

Ela se mostra forte e guerreira

Mas quanto tempo mais aguenta a barreira?

Quanto tempo vai ficar de pé?

A queda vai ser grande pra ela

Será que alguém vai notar?

Será que vai ter socorro e suporte?

Isso que dá ser sempre forte

Sozinha, ela cai e levanta

Cortando-se nos próprios cacos

Ajuntando seus próprios pedaços

Ela sorri e a alma dela chora

Viva por fora e por dentro quase morta

Isabbel Such
Enviado por Isabbel Such em 16/09/2019
Código do texto: T6746536
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