Sobre o sol de amanhã

Sobre o céu escuro e vazio...

Reluto a espera dum feitil de luz

Raizando na mente,

Que o agora logo passe.

Como os sons de barulhos estranhos

Que estão aqui...

Encobrindo-me de pensamentos desconcertantes

Onde tudo é um mistério e ardiloso

Onde a vida costumeira

Deturpa-se

Ofuscado de maneira constante

Aquilo de que é para mim tranquilo;

- o sono.

Sim!

O sono adeusado,

Cumprido feito o relógio

Os olhos...

Quieto feito um mudo

Aguçado...

Espreito a ouvir na madrugada

O que não se espera.

a noite...

Sim !

é ela.

Feita a preguiça perniciosa

Costurando-me

Minuto a minuto

Atraindo-me o medo

Num ritmo fúnebre

Traçando o tempo a seu favor

Onde finca a angústia

De não conseguir dormir,

De não poder sonhar

E acordar,

Numa manhã de céu azul.

SÉRGIO CARVALHO
Enviado por SÉRGIO CARVALHO em 29/10/2019
Reeditado em 29/10/2019
Código do texto: T6781800
Classificação de conteúdo: seguro