Para além de mim mesmo...
Menti a mim mesmo quando disse que não precisava de ti ó Sentimento...
Tentei contar e catalogar as estrelas quando simplesmente podia admira-las,
Busquei analisar as pessoas a fim de compreendê-las ao invés de amá-las,
Perscrutei os mais profundos dilemas da vida e esqueci de vivê-la,
Será que no crepúsculo isto tudo valerá a pena?
Mentecapto, eu sei agi como um maluco por não amar...
Aliás, por tantas vezes busquei interpretar e não o vivenciar
Mas amigo não precisa me prender ou mesmo torturar
O carrasco da culpa me esbofeteou diversas vezes
mostrando o quanto quis mais receber do que doar
Ao final a dor parece realmente ser a melhor companheira do Amor...
Mesmo um mentor tão militante como a Mente...
Não foi um bom guia na floresta selvagem chamada Vida
Me perdi nas cavernas das elucubrações, nos labirintos da razão
Tive vertigens nas cordilheiras do sentido da existência
Foi difícil e me machuquei mos atalhos da mentira,
Acabei por me afogar no mar tempestuoso do egoísmo...
Mensurei, medi e marquei mas...
No final cedi e usei a lâmpada da fé na neblina densa das emoções
Assim pude desviar-me das armadilhas das paixões
Vendo somente por onde caminhava
Alguns pedregulhos da dúvida às vezes topava em sua margem...
Findando...
hoje vejo que somente a paz interior é a melhor companhia de qualquer viagem...