desilusão

Navalha na carne

Na vala da vida

Navalha, valha-me Deus

O corte não sangra apesar da lâmina

O corte é morte

É forte é profundo

O corte é no fundo do poço

Na alma, na célula, na estopa, vem do topo do morro

Sagrado

Valha-me o vale

Os Santos, os sinos dobrados

Salve! Capoeira jogada

No golpe esperado o corte não era

Previsto

Avisto salvados, avisto aflitos, mas avisto perdidos

Nos salve

Valha-me Deus

No dia dos Reis

Bem sei me aliar ao sagrado, mas hoje perdi

O rumo da estrada

Valha-me Deus