Minutus mundus

Todos os dias sou menos e ainda mais

Avesso logo anoiteço pra dormir o meu sonhar

Sincero, sem antes do meu expressar

Não abono maldade do mundo

Pele surda recobre consciência

Transpira sem ouvir o suor d´alma

Seco de lágrimas nos poros do deserto

Não tenho tempo para ser triste

Os amigos se foram e eu caminho só

Em companhia de minha sombra fiel

Que em mim deposita confiança

Na cega esperança

De ser a esperança mais do que o pó

Caminho farejando meus passos

Seguindo minha própria pista

Esses escombros soerguidos

Ocultam mas não despistam

Sabes bem do que falo

Desses ares sobejados

Disfarças não saberes

És feliz, és coitado

A morte não usa relógio

Nem tem hora marcada

Te trás a conta que pedistes

Não te lembras? É o pecado

Não o pecado comprado por quem se preenche de nada

Não há pecado no mal da ignorância

Há mal em maior proporção

No santo que deixou de ser são

O dia que me acabar

Serei mais um dia que me findou

Deixarei na noite um opúsculo

Traduzido para os doutores da lei

Na manhã a quem me for seguinte

Restará um sério desprazer

Ao saber que fui grande

Pois me vi minúsculo

leandro Soriano
Enviado por leandro Soriano em 11/10/2007
Reeditado em 12/10/2007
Código do texto: T690655