Imenso Medo

Tô com medo.
Morrendo de medo
Tremendo...

Não sei o meu lugar.
Nem mesmo sei como respirar...
Me perco ao pensar...

Quero fugir...
De uma vez partir...
Mas ao pensar em você, sei que vou conseguir...

Minha heroína.
Minha valentia.
Minha mãe querida.

Por você, devo enfrentar
meu medo de duvidar
e fraquejar...

Tenho medo que me bloqueia
a continuar na incerteza
mesmo que não seja da humana natureza.

Sei que não sou definida
por um medo, uma agonia
nem ao menos uma menina tímida.

Reconheço meu medo.
Assim, na minha frente, o vejo
e mais uma vez me defendo.

Até que de repente
o vejo na minha frente
de modo diferente.

O medo me defende
dos possíveis riscos a frente.
Por isso, digo a mim: "Não se rende!".

"Não entre em guerra.
Nem com ele, berra.
A batalha se encerra.

Se alie sem se entregar.
Se vigie sem se sabotar.
Se auxilie sem exagerar.

O medo em equilíbrio
pode ser um auxílio
para seu objetivo.

Mãe, devo continuar
por você amar
e ser quem mais me motiva a me dedicar...

O choro
só é um soco
ao medo bobo
se acharmos o sentimento
um impedimento
ao crescimento.

A valentia
é a guerrilha
combatida
com a determinação
de que cada emoção
move em algum grau o coração.

O medo não é veneno
dependendo do jeito
que usamos em nós mesmos.

O medo regulado pode ser
um auxílio a nos fortalecer
ao encará-lo como natural aparecer...

Não reprima
a favor de uma valentia
que talvez assim não persista
por tanto tempo que se esgotará
quando cansar de lutar e aí, morrerá..."

Serenamente,
Escuto o silêncio da mente
e procuro sentir o que há na minha frente...

Pintura: James Crandall (USA)


Outra poesia minha com a mesma mensagem praticamente bem pessoal.

Isolada e Estagnada 

Sinto medo
Quando me vejo
Caminhando sem perna
Como se estivesse cega. 

Sinto receio
E no peito um aperto
Por me sentir incapaz
Como me falaram uns dias atrás. 

Sinto vergonha 
Com extrema dor e força 
Pelas expectativas da minha família,
Minhas e da sociedade nunca serem cumpridas.

Sinto anseio 
Para que haja mudanças sem freio
Em meu mundo agora pequeno 
E quer se abrir cansado de tanto receio.

Sinto tristeza 
Pelo desânimo que a minha fortaleza
Destruiu quando me subestimo
E me condeno a um triste destino.

Sinto frustração 
No meu coração 
Por não ser a filha que minha mãe merece
Comparado ao tanto que ela fez que não se esquece. 

Sinto amor 
Por ela seja como for
E vontade de retribuir tudo,
Mas temo tanto esse mundo...

Desculpe, mãe amada,
Eu não sei como te mostrar que sou grata
Mas a sensação que tenho pelo meu grande medo
É que estou parada no tempo...

Beatriz Nahas
Enviado por Beatriz Nahas em 16/04/2020
Reeditado em 26/10/2022
Código do texto: T6918603
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